Tobias Carvalho
Descrição:
Tobias Carvalho é um renomado autor brasileiro, conhecido por sua obra impactante "As Coisas". Nascido no sul do Brasil, sua trajetória literária é marcada por uma sensibilidade única ao explorar as complexidades das relações humanas e identidades de gênero. Com uma prosa poética e envolvente, Carvalho aborda temas contemporâneos de forma perspicaz, cativando leitores ao redor do mundo com sua narrativa ousada e provocativa.
Texto produzido pelos alunos:
O Pai, de Tobias Carvalho
Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, As coisas, do gaúcho Tobias Carvalho, é uma coletânea de estreia composta por 23 contos que exploram a superficialidade presente nos relacionamentos homoafetivos. Os personagens lidam com suas complexidades emocionais enquanto buscam conexão, validação e aceitação de si mesmos. No conto O Pai, trabalhado em roda de leitura pelo Arco Literário, o autor aborda a relação conflituosa que o narrador tem com seu pai, que não aceita a sexualidade do filho.
Além disso, é evidenciada a dificuldade de comunicação. A narrativa, direta e objetiva, nos revela a distância emocional entre os personagens: “O curioso de ser pai é que tu deve sentir como se não fizesse diferença. Não precisava estar presente no momento do parto — aliás, não esteve — nem na hora da amamentação. E não fez questão de estar presente em outros momentos. Tu te ausentava pelo tempo que fosse necessário; se não fisicamente, ao menos de espírito.” Essas palavras sugerem que, mesmo estando fisicamente presente, o pai nunca demonstrou abertura, interesse ou proximidade em relação ao filho.
Ao lermos o conto, que é curto mas profundo, somos instigados a refletir sobre toda essa pressão social e o sentimento de inadequação enfrentado pelo personagem ao longo do processo de aceitação, revelando a sensação de indignação em relação ao próprio sobrenome da família devido à rejeição paterna.
Como experiência pessoal, a leitura me interessou bastante pelos temas presentes na história e pela maneira como a discussão foi abordada. Acabei me identificando com trechos em que o autor expressa sentimentos ocultos que muitas vezes acreditamos serem únicos, mas que são compartilhados por outras pessoas. Em particular, o tema da culpa por não atender ou suprir as expectativas e projeções que nossos pais depositam em nós é abordado de forma impactante. Um trecho que ilustra bem esse sentimento é: "E aos que não nasceram, é dado o presente de serem almas tranquilas que vagam pelo universo, não tendo que carregar fardos ou ser filhos, nascer, ter culpa."
Recebemos, portanto, uma carga, quando do nosso nascimento, que nos é depositada, quero acreditar, na expectativa de sermos sempre melhores que os nossos pais. Cabe, em algum momento do nosso desenvolvimento, a decisão de carregá-la pela vida ou devolvê-la a eles.
Produzido por: Karen Eduarda da Silva Oliveira
Obra trabalhada: O Pai (As Coisas)
O Pai, de Tobias Carvalho
Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, As coisas, do gaúcho Tobias Carvalho, é uma coletânea de estreia composta por 23 contos que exploram a superficialidade presente nos relacionamentos homoafetivos. Os personagens lidam com suas complexidades emocionais enquanto buscam conexão, validação e aceitação de si mesmos. No conto O Pai, trabalhado em roda de leitura pelo Arco Literário, o autor aborda a relação conflituosa que o narrador tem com seu pai, que não aceita a sexualidade do filho.
Além disso, é evidenciada a dificuldade de comunicação. A narrativa, direta e objetiva, nos revela a distância emocional entre os personagens: “O curioso de ser pai é que tu deve sentir como se não fizesse diferença. Não precisava estar presente no momento do parto — aliás, não esteve — nem na hora da amamentação. E não fez questão de estar presente em outros momentos. Tu te ausentava pelo tempo que fosse necessário; se não fisicamente, ao menos de espírito.” Essas palavras sugerem que, mesmo estando fisicamente presente, o pai nunca demonstrou abertura, interesse ou proximidade em relação ao filho.
Ao lermos o conto, que é curto mas profundo, somos instigados a refletir sobre toda essa pressão social e o sentimento de inadequação enfrentado pelo personagem ao longo do processo de aceitação, revelando a sensação de indignação em relação ao próprio sobrenome da família devido à rejeição paterna.
Como experiência pessoal, a leitura me interessou bastante pelos temas presentes na história e pela maneira como a discussão foi abordada. Acabei me identificando com trechos em que o autor expressa sentimentos ocultos que muitas vezes acreditamos serem únicos, mas que são compartilhados por outras pessoas. Em particular, o tema da culpa por não atender ou suprir as expectativas e projeções que nossos pais depositam em nós é abordado de forma impactante. Um trecho que ilustra bem esse sentimento é: "E aos que não nasceram, é dado o presente de serem almas tranquilas que vagam pelo universo, não tendo que carregar fardos ou ser filhos, nascer, ter culpa."
Recebemos, portanto, uma carga, quando do nosso nascimento, que nos é depositada, quero acreditar, na expectativa de sermos sempre melhores que os nossos pais. Cabe, em algum momento do nosso desenvolvimento, a decisão de carregá-la pela vida ou devolvê-la a eles.
Produzido por: Karen Eduarda da Silva Oliveira
Obra trabalhada: O Pai (As Coisas)